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CGTP exige pagamento dos custos com o teletrabalho, como luz e água

CGTP exige pagamento dos custos com o teletrabalho, como luz e água

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CGTP exige pagamento dos custos com o teletrabalho, como luz e água

JN/AgênciasHoje às 11:09A CGTP reivindica o pagamento pelas empresas dos custos acrescidos com o teletrabalho, como luz e água, quando há cerca de um milhão de pessoas a trabalhar em casa devido à pandemia.De acordo com uma análise do Gabinete de Estudos Sociais da CGTP, a que a agência Lusa teve acesso, a central sindical defende que é fundamental assegurar o cumprimento de um conjunto de normas legais e contratuais já existentes sobre o teletrabalho e lembra que os direitos laborais não foram suspensos para os trabalhadores neste regime.A central sindical exigiu ainda que todos os acréscimos de despesas provocados ao trabalhador pelo teletrabalho sejam suportados pelas entidades patronais, incluindo a energia e a água.”Esta é uma matéria em que, por norma, as empresas procuram fugir, remetendo para a discussão e compromisso individual com os trabalhadores. Uma situação que os sindicatos podem e devem assumir como tarefa sua, sob pena dos assalariados serem espoliados do reembolso das referidas despesas”, defendeu a CGTP.Segundo a análise, no segundo trimestre de 2020 trabalharam sempre ou quase sempre a partir de casa 1,094 milhões de trabalhadores, dos quais 1,038 milhões em teletrabalho, o que corresponde a mais de um quinto do emprego total.A quase totalidade dos trabalhadores (998.500) foi trabalhar para casa devido à pandemia.As mulheres representaram 55% do total dos trabalhadores em teletrabalho.”Na segunda metade do ano estes números diminuíram, ainda que continuem a ser expressivos, tendo descido também o peso das mulheres trabalhadoras no total”, refere o estudo promovido pela Comissão para a Igualdade da CGTP.No terceiro trimestre de 2020 cerca de 682 mil trabalhadores exerceram as suas funções sempre ou quase sempre em casa, o que corresponde a 14,2% do emprego total. Destes, 539.600 fizeram-no devido à covid-19 e mais de 644 mil estiveram em teletrabalho, sendo metade mulheres.No quarto trimestre de 2020 havia cerca de 598.000 trabalhadores a trabalhar sempre ou quase sempre em casa, o que corresponde a 12,3% do total, tendo diminuído para 474.400 os que indicaram ser a pandemia a razão para tal. Em teletrabalho estiveram 563.500 trabalhadores, sendo quase metade mulheres.Para a CGTP “a prestação de trabalho em regime de teletrabalho constituiu a mudança mais importante no domínio da organização do trabalho no período mais recente”.No enquadramento do estudo sobre as implicações do teletrabalho na vida dos trabalhadores, a central sindical considerou que o teletrabalho, que foi “apresentado como uma inovação […] nesta época de pandemia da covid-19, rapidamente se revelou como mais uma forma de fragilizar e explorar as mulheres e homens trabalhadores”.A Intersindical salientou, a propósito, o agravamento das dificuldades de conciliação entre a atividade profissional e a vida pessoal e familiar, o aumento dos ritmos de trabalho, a pressão para a desregulação dos horários e o isolamento.”Faltam condições habitacionais e socioeconómicas.[…] O tempo volta para trás com a tentativa do regresso das mulheres a casa. Acentuam-se as situações de stress, assédio laboral e burnout/esgotamento das mulheres e homens que se encontram em teletrabalho”, referiu.


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