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Emprego no imobiliário subiu 80% em quatro anos

Emprego no imobiliário subiu 80% em quatro anos

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Emprego no imobiliário subiu 80% em quatro anos

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Os anúncios de emprego multiplicam-se. Pedem-se agentes, gestores de propriedades, comerciais ou administrativos. As maiores agências recrutam “colaboradores” às centenas.

Nos últimos quatro anos, o número de pessoas empregadas no setor imobiliário em Portugal aumentou perto de 80%, segundo números cedidos pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP) ao JN/Dinheiro Vivo. No final de 2018 havia cerca de 50 mil pessoas na área, mais 22 mil face a 2015. Mais de metade serão mediadores, estima a associação.

Os dados publicados esta semana pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) confirmam que o imobiliário é hoje o setor mais ativo na criação de emprego em Portugal. Em julho, os centros de emprego registaram 2252 ofertas de emprego na área das “atividades imobiliárias, administrativas e serviços de apoio”. O equivalente a 21% do total das ofertas de trabalho no setor dos serviços. Face ao mês anterior o aumento foi de 11%. Num ano o número de ofertas cresceu 2,2%.

Os números não surpreendem o presidente da APEMIP. Segundo Luís Lima, “nos últimos anos parece que todos os portugueses se transformaram em agentes imobiliários. Há muita gente de outras profissões a enveredar por esta área”. O setor vive um momento de “quase pleno emprego”, adianta. “E essas são ofertas diretas de trabalho, porque depois há o emprego indireto que o setor cria”, lembra Luís Lima. “Um euro investido em imobiliário é multiplicado por quatro, seja na restauração, na saúde e até na educação” .

Só no que toca a imobiliárias, no ano passado, estavam licenciadas em Portugal perto de 6300, mais 72% do que em 2014, quando o setor começou a escalar à boleia do turismo. “O turismo e o imobiliário são o petróleo e o ouro deste país, que não haja dúvidas disso. E estão interligados. Têm sido os motores da economia por todos os motivos, e a criação de emprego é um dos mais importantes”.

Ainda assim, Luís Lima olha para o “quase pleno emprego” do setor com cautela e deixa já avisos para um futuro não muito distante. “Nos últimos anos abriram muitas imobiliárias. Tem de haver algum controlo, porque há muitas empresas que são mesmo imobiliárias, mas também há várias que se apresentam como consultoras, e isso não são imobiliárias. São concorrência desleal”.

A somar a isso, continua, está a falta de oferta de casas no mercado “ao preço que os portugueses possam comprar”. Ou seja, o setor arrisca-se a ter mais gente a vender casas do que casas para vender. “Acho que não vai haver espaço para tanta gente”, antecipa.

O problema que poderá agitar o setor já a partir de 2020 é “a falta de ligação entre a oferta e a procura” de casas. “No médio/alto haverá bastante oferta nos próximos dois ou três anos, porque é onde se está a construir mais. No mercado médio/baixo é o contrário, há uma procura grande, mas não há oferta”.


“Demasiados” no luxo

Luís Lima acredita que o pico de vendas do mercado de luxo já terá passado, e que o futuro está nas mãos “de quem construir nos próximos 10 anos para a classe média/baixa”. E entre os profissionais do setor “há demasiada gente dedicada ao mercado médio/alto”.

Já em 2019 “não haverá grande repercussão ou quebra” no emprego, mas a partir de 2020 Luís Lima considera “natural que comece a haver um recuo”. Por agora, o único sinal de abrandamento é o aumento do tempo médio de venda das casas, que já ultrapassa os seis meses.



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