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Empresas aproveitaram taxa do açúcar para subirem os preços
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As empresas produtoras de bebidas açucaradas aproveitaram a taxa introduzida em 2017 pelo Governo para aumentarem os preços acima do valor do imposto. A conclusão é de um estudo publicado pelo Gabinete de Estratégia e Estudo do Ministério da Economia.
A análise levada a cabo pelos economistas Judite Gonçalves e João Pereira dos Santos, da Nova School of Business and Economics, revela, por exemplo, que nos casos das bebidas em que houve alteração da fórmula para diminuir o teor de açúcar abaixo do limite de 80 gramas/litro, o preço aumentou em média 15 cêntimos, quando a taxa sobre estes refrigerantes foi de dez cêntimos, incluindo o IVA. Nesta categoria, estão marcas como a Fanta e a 7Up.
Os investigadores acreditam que esta subida mais pronunciada “pode refletir, em parte, os custos adicionais relacionados com a reformulação do produto, reembalagem e reposicionamento da marca”.
zero aÇúcar mais caro
A análise divide as bebidas açucaradas em quatro categorias: elevado teor de açúcar (mais de 80 gramas/litro); teor médio de açúcar (próximo, mas abaixo do limite de 80 gramas/litro); baixo teor (menos de 70 gramas/litro) e finalmente, zero açúcares. E, tal como nos refrigerantes com teor médio, também no caso das bebidas com pouco açúcar (menos de 70 gramas) os preços subiram mais do que o valor da taxa criada pelo governo. “Em relação às bebidas com baixo teor de açúcar, os preços aumentaram em média 15-16 cêntimos por litro, o que corresponde novamente a mais do que o valor do imposto” (8 cêntimos), referem os investigadores. É o dobro.
No caso dos refrigerantes com alto teor de açúcar (Coca-Cola e Red Bull, por exemplo), o estudo concluiu que os produtores passaram as custas do novo imposto quase na totalidade para os consumidores, mas menos do que o valor da taxa, ficando ligeiramente abaixo dos 16 cêntimos por litro.
A taxa do açúcar foi introduzida em fevereiro de 2017 e o desenho inicial introduziu uma taxa de 16 cêntimos (mais IVA) por litro nas bebidas com mais de 80 gramas e de oito cêntimos (mais IVA) por litro para os refrigerantes com um valor de açúcar inferior. Os escalões da taxa foram alterados, entrando em vigor este ano uma nova tabela.
vendas sem impacto
Outra conclusão é que, apesar de os produtores aumentarem os preços dos refrigerantes, os consumidores continuam a comprar, revelando um impacto pouco significativo no consumo, ou seja, “a procura pela maior parte dos refrigerantes parece ser inelástica”.
O estudo com o sugestivo título “Brown Sugar, how come you taste so good? The Impact of a soda tax on prices and consumption” analisou a evolução no preço e vendas em mais de 400 pontos de venda em todo o país entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2018.
Açambarcamento antes da entrada dos novos valores
O estudo revela um expressivo aumento das vendas das bebidas antes da introdução das novas taxas, ou seja, os consumidores decidiram acumular stocks para evitar os preços mais elevados. “Em relação ao consumo, os nossos resultados sugerem um comportamento de armazenamento no trimestre, quando foi aprovada a taxa e antes de entrar, de facto, em vigor”, indicam os economistas. Ou seja, os portugueses optaram por fazer uma espécie de reserva de bebidas açucaradas na despensa, à semelhança do que aconteceu antes da greve dos motoristas, sublinham. E mais uma vez, o efeito da nova taxa foi maior nos refrigerantes com teor médio de açúcar. As vendas subiram 24% no trimestre anterior à entrada em vigor da medida. No caso dos produtos com teor mais elevado, o aumento foi de 19%. Já no caso dos refrigerantes com zero açúcares, o estudo refere que se registou um aumento das vendas durante o período de aprovação (+17%) e quando entrou em vigor, “sugerindo um efeito de substituição para bebidas com adoçantes artificiais”.
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