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EUA nega entrada de imigrantes com base nas redes sociais de amigos
De acordo com informações do TechCrunch, turistas estão sendo cada vez mais impedidos de entrar nos Estados Unidos, com oficiais da fronteira responsabilizando estrangeiros por conteúdos em aplicativos e redes sociais. Segundo a reportagem, turistas, estudantes e trabalhadores estariam tendo seus vistos negados até mesmo por conta de mensagens, imagens e vídeos enviados ou publicados por seus amigos.
O caso mais recente, que está gerando polêmica em todo o mundo, é o de Ismail Ajjawi, de 17 anos. O garoto, aprovado para iniciar os estudos em Harvard, foi impedido de entrar nos EUA por oficiais do Aeroporto Internacional de Logan, em Boston, após várias horas de interrogatório.
Ajjawi, cidadão palestino que reside no Líbano, foi questionado sobre suas práticas religiosas. Depois, os policiais vasculharam seu smartphone e computador e consideraram as publicações dos amigos do rapaz inadequadas. Conforme relatado, as autoridades norte-americanas alegaram que Ismail Ajjawi tem um amigo que teria feito um post anti-Estados Unidos em suas redes sociais. O jovem teve, então, seu visto cancelado e acabou sendo deportado.
Para os analistas, o posicionamento de Donald Trump, presidente dos EUA, está beneficiando os funcionários da imigração que decidem se admitem ou negam a entrada de imigrantes. Tanto cidadãos dos Estados Unidos quanto estrangeiros estão sujeitos a buscas injustificadas em seus dispositivos e poucos têm acesso a assessoria jurídica.
Summer Lopez, diretora sênior de programas de liberdade de expressão da PEN America, organização sem fins lucrativos de direitos humanos, disse em um comunicado que a política de imigração baseadas em mídias sociais é perigosa. “Esse não deve ser o preço de entrada nos EUA, muito menos que os amigos de uma pessoa tenham que se censurar também”, afirmou.
Ao que tudo indica, a entrada negada de Ajjawi não foi um caso isolado. Abed Ayoub, diretor jurídico e de políticas do Comitê Anti-Discriminatório Americano-Árabe, disse que as buscas em dispositivos e as subsequentes recusas de entrada no país se tornaram comuns, principalmente entre imigrantes árabes e muçulmanos.
Ayoub declarou que atende clientes que foram rejeitados, por exemplo, por conteúdos encontrados entre as suas mensagens de WhatsApp. Em um tweet, Ayoub postou uma foto de um formulário de deportação de um dos seus clientes – também um estudante – a quem foi negada a entrada por causa de uma imagem que ele recebeu em um grupo do WhatsApp. O funcionário da fronteira escreveu que, como resultado da busca no dispositivo, o aluno era considerado “inadmissível” para os EUA. O estudante estava a apenas dois semestres de se formar.