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Famílias gastaram mais 682 milhões nos supermercados

Famílias gastaram mais 682 milhões nos supermercados

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Famílias gastaram mais 682 milhões nos supermercados

Ana MarcelaHoje às 10:08Desde março que os portugueses não param de encher o carrinho do supermercado: até novembro foram mais 682 milhões de euros gastos, em comparação com os primeiros onze meses de 2019. Uma subida de 7,8% que elevou a fatura nos súperes e hipermercados para 9,465 mil milhões.Em novembro faltavam apenas 15 milhões para igualar o total de 2019, segundo os dados mais recentes do ScanTrends, da Nielsen. “Estes números encobrem a fortíssima convulsão que ocorreu no turismo, na hotelaria, na restauração e nas restantes áreas do chamado canal HoReCa. Parte muito substancial do crescimento de vendas do retalho alimentar resulta da transferência do consumo de fora de casa para dentro do lar”, alerta Pedro Pimentel, da Centromarca.Não há motivos para falar de um bom ano para o grande consumo. “Às percentagens de crescimento nas vendas de hipermercados, supermercados e lojas mais tradicionais, corresponde uma quebra muito maior [superior a 40%] nas vendas para o canal HoReCa. E isso impacta a larga maioria das empresas fornecedoras e, especialmente, as que estão expostas, de forma mais direta, àquele canal: bebidas, panificação, charcutaria, snacking”, defende.”Parece-me um pouco falacioso falar de um ano radioso para o setor do grande consumo, pois o balanço das vendas entre os dois canais – OnTrade e OffTrade – está bastante longe de corresponder ao que se lê, considerando apenas as vendas no retalho alimentar”, diz.mais Compras à semana Mas, nos supermercados, novembro foi mais um mês de crescimento das vendas de bens de grande consumo: mais 6,9% do que em novembro de 2019, com as marcas de fabricante a subir 5,1% e as da distribuição a registar “especial dinamismo”, um crescimento de 10,1%, destaca a Nielsen.Uma subida no mesmo mês em que o Governo determinou o fecho do retalho às 13 horas aos fins de semana. “As limitações de horário terão impactado a procura de uma forma mais significativa no retalho especializado [não-alimentar]. Já no retalho alimentar, houve limitações que geraram constrangimentos à antecipação de compras natalícias, com reflexos em algumas campanhas habituais nesta época [brinquedos, bebidas, perfumaria]”, comenta.Por outro lado, não só as restrições de horário se aplicaram igualmente à restauração, como “praticamente desde o início da pandemia as compras à semana, até pela maior disponibilidade e facilidade na gestão do tempo por parte de muitos consumidores, substituíram, em larga medida, a predominância das compras ao fim de semana”.50 euros gastos em promoções – Em cada 100 euros de compras nos supermercados, os consumidores gastaram mais de metade, ou seja, um valor acima de 50 euros, em produtos com promoção.35% de marcas próprias – As marcas das cadeias de supermercado deverão fechar 2020 com uma quota de vendas em valor a rondar os 35% das vendas totais do retalho moderno, segundo a Centromarca.


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