Connect with us
img

Hot News in World

Fátima perde 4,8 milhões de peregrinos e donativos caem para metade

Fátima perde 4,8 milhões de peregrinos e donativos caem para metade

ÚLTIMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS

Fátima perde 4,8 milhões de peregrinos e donativos caem para metade

Ana Laranjeiro (JN/DV)Hoje às 09:12O retrato é de hotéis fechados, desemprego a subir e o Santuário com 987 peregrinações anuladas.O Santuário de Fátima é o ponto central do turismo religioso em Portugal. Todos os anos, milhares de pessoas deslocam-se a Fátima para expressar a sua fé e acabam por alimentar toda a economia local. Mas em ano de pandemia, o retrato é diferente: hotéis, restauração e retalho fechados, desemprego a subir e o Santuário a receber mais pedidos de ajuda.Em 2019, segundo fonte oficial, visitaram o Santuário pelo menos 6,3 milhões de pessoas. Nos 10 primeiros meses de 2020 – período que engloba as peregrinações de maio, dos migrantes e de outubro – o recinto acolheu cerca de 1,5 milhões de pessoas, menos 4,8 milhões que em igual período de 2019.Apesar de os números não estarem ainda fechados, o Santuário admite que “de março até outubro deste ano foram anuladas 987 peregrinações (703 estrangeiras e 284 portuguesas), num total de mais de 320 mil peregrinos”. Com a pandemia a proibir os aglomerados, a ausência de peregrinos traduz-se “numa quebra acentuada de receitas, 50,6%, nomeadamente ao nível dos donativos – 46,9%, até outubro”.A braços com dívidasPara a economia local, o contágio da covid-19 não é menos nefasto. Alexandre Marto Pereira, hoteleiro e vice-presidente do Conselho Diretivo da AHP, conhece bem a realidade da região. Conta ao JN/DV que “uma fatia substancial das unidades hoteleiras em Fátima já encerraram e apenas vão reabrir quando a procura o justificar, o que demonstra a gravidade da situação”.Além de não terem receita, muitos hoteleiros estão a braços também com o peso dos investimentos que realizaram nos últimos anos, primeiro para preparar o “centenário em 2017, e depois requalificando a oferta para os mais exigentes tempos atuais”.O hoteleiro acredita que a maioria das empresas recorreu aos apoios públicos, disponibilizados pelo Governo, mas considera que “não são suficientes”. Diz compreender o apoio ao emprego, mas nota que as empresas continuam a ter também os encargos fixos.”Alguns desses custos são chocantes: o custo do IMI, um imposto sobre edifícios que não podem ser rentabilizados e que têm valorizações absurdas é um exemplo. Não tenho dúvidas de que no cenário atual, em que não são apresentadas soluções sérias de capitalização das empresas a longo prazo, muitas ficarão pelo caminho. As medidas apresentadas são essencialmente para micro e pequenas empresas e trata-se de paliativos. A maioria dos hotéis em Portugal são médias empresas – não porque sejam máquinas de fazer dinheiro, mas porque exigem capitais intensivos e muitos recursos humanos”, acusa.Com o retalho, a restauração e a hoteleira em Fátima com quebras elevadas na procura, as dificuldades são também sentidas pelas famílias. O empresário aponta que o número de desempregados registados no município em outubro subiu 64% em relação ao período homólogo de 2019.”Mas este número esconde uma realidade ainda pior: em primeiro lugar, o número de hotéis que encerrou em novembro, mês em que a maioria dos empresários decidiu fechar, não está ainda nesta última estatística publicada; em segundo lugar, uma parte enorme dos trabalhadores reside em municípios limítrofes, principalmente em Leiria, Batalha e Porto de Mós”.O Santuário diz que os pedidos de ajuda têm aumentado “e além de instituições apoiamos famílias, sobretudo no fornecimento de cabazes alimentares, mas também no pagamento de rendas e despesas com saúde”. Com o Natal à porta, o apoio vai ser “reforçado, mesmo num ano tão difícil do ponto vista económico para o Santuário”.Turismo religiosoFátima é o centro do turismo religioso em Portugal. Por ano, passam pelo Santuário mais de seis milhões de pessoas. A fé que ali leva milhares suporta a economia local. Sem peregrinos, a economia sente os efeitos.Hotelaria familiarA maioria dos hotéis em Fátima são normalmente detidos por famílias. Além dos investimentos realizados nos últimos anos, Alexandre Pereira defende que “se não existirem apoios, todo esse esforço que beneficia os empresários, mas também trabalhadores, a cidade e a região estarão em risco”.Desemprego sobe 60%Fruto das quebras na procura, os efeitos sobre o emprego já se fazem sentir na região. Em outubro, o desemprego subiu mais de 60% no município. A expectativa é de agravamento em novembro.320 mil peregrinos deixaram de ir a Fátima entre março e outubro, em resultado do cancelamento de 987 peregrinações, maioritariamente de estrangeiros (703). Portuguesas foram anuladas 284.


Source link

Continue Reading
You may also like...

More in ÚLTIMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS

To Top
error: Content is protected !!