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Marcas pagam ao Fisco por híbridos que não conseguem vender
Diogo Ferreira Nunes (JN/DV)Hoje às 07:19Centenas de matrículas deste ano com imposto de 2020 impediram maior quebra do mercado em janeiro.Janeiro de 2021 foi o melhor mês de sempre para as matrículas de automóveis híbridos não plug-in em Portugal. Este também foi o mês em que estes carros perderam benefícios fiscais no momento da compra.O que parece um céu estatístico vai transformar-se num inferno para os concessionários: vão ter de pagar o imposto de circulação (IUC) enquanto estes veículos não forem vendidos.Com o segundo confinamento, as lojas vão ter ainda mais dificuldades em escoar os automóveis e podem implicar preços mais baixos quando os estabelecimentos reabrirem.Para já, as matrículas permitiram que o mercado automóvel recuasse 28,5% no primeiro mês por ano, para 12 515 unidades, segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP). O organismo reconheceu que o registo de “várias centenas de veículos híbridos com imposto liquidado em 2020” impediu uma travagem ainda maior.Mas os problemas vêm já na próxima curva. “As marcas estão a assumir um prejuízo porque não têm clientes para estes carros. A situação é ainda mais grave porque os concessionários estão fechados e as empresas vão estar a pagar o IUC em stock”, alerta ao JN/Dinheiro Vivo o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro.Com o Orçamento do Estado para este ano, os híbridos só têm desconto no ISV, imposto pago na compra de um veículo, se apresentarem uma autonomia em modo elétrico superior a 50 quilómetros e emissões oficiais abaixo dos 50 gramas de dióxido de carbono por quilómetro (CO2/km).Algo impossível de medir nos híbridos sem ficha de carregamento e que os leva a pagar a totalidade do imposto. Até então, tinham um desconto de 40%. Os híbridos plug-in que não cumprirem essa regra também deixaram de beneficiar de uma redução de 75%.A antecipação de várias marcas impulsionou a fatia de mercado dos híbridos não plug-in para uma quota de mercado de 20%, algo nunca visto em Portugal.As associações automóveis já pediram várias vezes ao Governo para suspender a cobrança do IUC enquanto os carros estiverem à espera de ser vendidos. O pedido não teve efeito e vai complicar a vida de concessionários e milhares de trabalhadores.
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