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O que os olhos não veem, as métricas (e os robôs) não sentem

O que os olhos não veem, as métricas (e os robôs) não sentem

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O que os olhos não veem, as métricas (e os robôs) não sentem

Após o Instagram implementar em julho um teste em sete países (Brasil incluso) no qual o número de curtidas nas postagens só aparece para o dono da conta, outras redes sociais estariam pensando em seguir o mesmo caminho.

Em maio, o YouTube anunciou que pretende mudar a forma como o número de inscritos é apresentado na plataforma, arredondando os números. Por exemplo: o canal da PCWorld (que também faz parte da Rede IT Trends) conta com 25.209 inscritos. Na nova configuração proposta pelo YT, os usuários veriam apenas o “25 mil inscritos”. Essa nova configuração seria válida para todas as contas com mais de 1 mil seguidores.

Já o Facebook tem planos mais ousados: em comunicado enviado ao site TechCrunch (em inglês), a rede social confirmou que está realizando testes fechados para remover o número de curtidas recebidos nos posts, mas que ainda não há previsão de aplicar esse recurso em toda a base de usuários.

Com apenas o Twitter de fora dessa moda, pode-se dizer que essa tendência de fato tomou o mercado. Mas por qual motivo? Nesse ponto, ainda não se chegou a um consenso.

Bem-estar ou fim da venda?

O discurso adotado por todas as redes sociais para justificar a medida tem como foco o bem-estar dos usuários. Sem uma medida numérica, dizem, quem utiliza as plataformas se sentiria mais confortável para postar o conteúdo que desejasse sem a “pressão por curtidas”. Além disso, não compararia seus resultados com o de amigos ou celebridades on-line, prática que em geral causa sentimentos como ansiedade e depressão.

Mas também existe outra hipótese muito boa levantada por Isabela Ventura, presidente da plataforma de marketing para microinfluenciadores Squid, em entrevista para O Estado de S.Paulo. Na opinião da executiva, a remoção de likes seria uma tática para encerar o comércio de likes e curtidas que ocorre nas plataformas. O que, por consequência, faria com que as marcas e celebridades precisassem reforçar os investimentos de divulgação dentro das próprias redes sociais.

Faz sentido quando pensamos que o mercado de publicidade e relações públicas utiliza esses números como argumentos para fechar contratos com influenciadores. A “ocultação” que já acontece no Instagram, aliás, foi alvo de críticas de vários influenciadores, que tentaram contornar o sistema postando prints com o alcance das postagens dentro da função Stories ou mesmo nos comentários das publicações.

Polêmicas à parte, é verdade que esses mercados teriam que se adaptar bastante a esse mundo sem números à olhos vistos, já que a quantidade de interações tem um peso forte na hora de fechar essas parcerias. Mas, aparentemente, é mesmo um caminho sem volta.

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