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Para senador americano, Zuckerberg deveria encarar possibilidade de prisão
Para Ron Wyden, senador do Partido Democrático dos Estados Unidos, Mark Zuckerberg, cofundador e CEO do Facebook, deveria encarar “penas” mais duras em resposta aos vazamentos de dados cometidos pelo Facebook desde o caso envolvendo a consultoria política Cambridge Analytica.
Em entrevista ao jornal Willamette Week, de Portland, EUA, o senador diz que Zuckerberg não foi honesto com o povo americano. “Mark Zuckerberg mentiu várias vezes para o povo americano sobre privacidade”, disse o político.
“Eu acredito que ele deve responder pessoalmente, que inclui tudo desde multas financeiras a, deixe-me ressaltar isso, a possibilidade de uma prisão”, complementou.
O principal ponto de discussão da entrevista foi a Seção 230 da chamada Lei de Decência das Comunicações, de 1996, que dá a plataformas online como o Facebook, imunidade para o conteúdo postado por seus usuários. Wyden foi um dos autores da legislação e tem sido, desde então, um dos seus defensores mais ferrenhos.
Wyden, entretanto, admite hoje que teria escrito a lei diferente, caso soubesse onde o Facebook “chegaria”. “A Seção 230 da Lei de Decência das Comunicações oferece uma oportunidade de abordar o discurso de ódio sem que os criminosos sejam enviados à Dark Web”, disse ao Willamette Week.
“[Marz Zuckerberg] machucou muita gente. E, a propósito, existe um precedente para isso: nos serviços financeiros, se o CEO e os executivos mentirem sobre as finanças, eles podem ser responsabilizados pessoalmente”, reforça Wyden.
Wyden ainda argumenta que a solução é a aplicação mais rigorosa de leis que já se aplicam a empresas digitais, incluindo leis que exigem que as empresas sejam honestas com consumidores e investidores.
As questões de privacidade são reguladas pelo Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, mesmo órgão que aplicou, em julho deste ano, a multa histórica de US$ 5 bilhões ao Facebook.
Na época, relatos da imprensa chegaram a sugerir que a FTC buscou disposições que responsabilizariam Zuckerberg pessoalmente se o Facebook violasse novamente seus compromissos com a agência. Entretanto, o Facebook teria resistido firmemente a essas propostas e, finalmente, teria ganhado um acordo que poupo Zuckerberg pessoalmente.