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Paris rejeita criptomoeda do Facebook em ″solo europeu″
Hoje às 12:10, atualizado às 12:15O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, anunciou que Paris recusa autorizar o desenvolvimento “em solo europeu” da “Libra”, criptomoeda que o Facebook quer lançar em 2020, alegando que “a soberania monetária dos Estados está em jogo”.”Quero dizer com muita clareza: nestas condições, não podemos autorizar o desenvolvimento da ‘Libra’ em solo europeu”, disse o ministro na abertura de uma conferência da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre os desafios das criptomoedas.”A soberania monetária dos Estados está em jogo”, assegurou Bruno Le Maire na sua intervenção, não hesitando em considerar “sistémicos” os riscos que poderiam surgir desta “eventual privatização de uma moeda (…) detida por um único ator que tem mais de dois mil milhões de utilizadores no planeta”.”Qualquer falha no funcionamento desta moeda, na gestão das reservas das mesmas, poderia criar distúrbios financeiros consideráveis”, disse Le Maire, que também teme que a “Libra” substitua a moeda nacional nos Estados onde a moeda é fraca ou está em desvalorização acentuada.O ministro, que já tinha manifestado publicamente dúvidas sobre o projeto de moeda virtual do Facebook no G7 das Finanças em Chantilly (França), em julho, também expressou temores de que a “Libra” escape ao controlo dos Estados sobre o financiamento do terrorismo.”Não vejo por que prestamos tanta atenção há anos para evitar a utilização de uma moeda em lavagem de dinheiro e na luta contra o financiamento do terrorismo e agora uma moeda digital como a ‘Libra’ escaparia a essas obrigações”, afirmou.Com a criação anunciada, em meados de junho, de uma moeda digital que oferece um método de pagamento alternativo aos canais bancários tradicionais, o Facebook quer perturbar o sistema financeiro global.Inspirada em criptoativos como o bitcoin, a “Libra” deve ser administrada por um consórcio sem fins lucrativos.No entanto, o projeto suscita sérias preocupações tanto a bancos centrais e políticos, como às autoridades reguladoras, particularmente no que diz respeito aos riscos para a estabilidade financeira.
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