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Restaurantes-fantasmas já são uma realidade dentro do mercado de food delivery
Um dos setores mais bem-sucedidos da economia de aplicativos, o mercado de aplicativos de comida já levanta quantias bem significativas. Segundo a pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), somente os pedidos de alimentos via aplicativos movimentam R$ 1 bilhão por mês no Brasil. Com valores tão altos envolvidos, novas formas de negócio acabam surgindo
O exemplo de iniciativa que já funciona por aqui são os restaurantes-fantasmas ou restaurantes virtuais (em inglês, dark kitchen ou ghost kitchen). São estabelecimentos que não possuem uma sede física e foram criados unicamente para atender à demanda de pedidos feitos via app.
Em geral, esse tipo de operação é criada quando um restaurante muito conhecido não conseguia atender à demanda de pedidos e, por isso, expandia suas operações na plataforma.
Negócio sem fachada
Uma das primeiras empresas a investir nesse mercado foi a Uber, lá nos Estados Unidos. Desde 2017, a companhia esteve envolvida na abertura de mais de quatro mil restaurantes virtuais para o seu serviço de entrega Uber Eats.
Para selecionar os restaurantes convidados, a companhia analisa dados de vendas de um bairro em busca de demandas não atendidas. Caso identifica uma oportunidade, ela entra em contato com restaurantes que atendem o tipo de comida que está em falta e oferece o serviço.
Esse serviço também existe no Brasil e é executado por empresas como iFood. Os restaurantes virtuais também são famosos na China, um país no qual o uso de deliveries de comida só cresce
Montando a cozinha
Pegando carona nesse movimento, outras empresas estão investindo em serviços que facilitem a criação desses comércios “de mentira”. A CloudKitchens, criada por Travis Kalanick, ex-CEO da Uber, constrói e aluga toda a estrutura necessária para se criar uma cozinha fantasma, arrendando espaços de vários restaurantes conhecidos em Los Angeles para testar o modelo delivery.
Já a Kitchen United, fundada na Califórnia, trabalha em conjunto com restaurantes físicos para a abertura de locais destinados apenas para comidas sob encomenda e tem como meta abrir 400 “centrais” anos próximos anos.
Passou do ponto?
Para o mercado de pequenas empresas, existe a preocupação de que esse modelo acabe prendendo estabelecimentos dentro do modelo de negócios, o que pode “forçar” esses locais a aceitar condições menos vantajosas dos aplicativos. Além disso, existe também o receio de que restaurantes menores, que não estão no radar dessas empresas, sejam prejudicados por redes melhor estruturadas.
A visão dos aplicativos é bem diferente. Na matéria publicada pelo The New York Times sobre o tema, o porta-voz da Uber afirma que o negócio é benéfico tanto para a companhia como para o local. “Por que um restaurante estaria trabalhando conosco e não estivéssemos ajudando-os a aumentar suas encomendas?”, questiona.