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Sindicato da PSP acusa primeiro-ministro de ″arrogância política″
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A ASPP-PSP acusou o primeiro-ministro de “arrogância política” a propósito da utilização de polícias e militares na condução de veículos pesados de transporte de matérias perigosas.
“Hoje, em conferência de imprensa, quando questionado pelos jornalistas sobre as últimas declarações dos sindicatos da PSP e das associações militares e da GNR, a propósito da utilização de polícias e militares na condução de veículos pesados de transporte de matérias perigosas, na greve anunciada dos motoristas, o senhor primeiro-ministro, com a arrogância que já nos é familiar, na forma como tem menosprezado os direitos dos polícias, respondeu que, quem fala em nome da PSP e em nome da GNR é o Diretor Nacional da PSP e o Comandante-Geral da GNR”, critica a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP-PSP).
O sindicato sublinha que “nenhum sindicalista quer substituir-se ao Diretor Nacional da PSP, mas não deixará de falar, por muito que custe ouvir, sobre os problemas e atropelos aos direitos dos polícias, porque dessa matéria, ninguém quer falar”.
Questionado pelos jornalistas, no final de uma reunião com o Gabinete Coordenador de Segurança, do Sistema de Segurança Interna, sobre as queixas de associações de profissionais da polícia e da GNR quanto à chamada destes profissionais para conduzir camiões de matérias perigosas sem estarem aptos ou formados para o fazer, António Costa respondeu que “quem fala em nome das forças de segurança são os seus comandos”.
“Quem fala em nome das forças de segurança são os seus comandos e o que eu ouvi do senhor comandante da GNR e do senhor diretor nacional da PSP é que as forças de segurança estão plenamente aptas a desempenharem as missões que lhes estão atribuídas designadamente a de assegurar o transporte através da condução no caso de necessidade. É a mesma mensagem que nos é transmitido por parte das Forças Armadas”, disse António Costa.
Em resposta, a ASPP-PSP afirma que “talvez o senhor primeiro-ministro desconheça que, durante a greve dos motoristas, uma boa parte dos polícias vão fazer mais de 70 horas por semana e, em muitos casos, 24 horas seguidas, sem qualquer compensação monetária”.
“Desconhecerá também o senhor primeiro-ministro que os profissionais não possuem equipamentos adequados para intervir em situações de alteração de ordem pública, se tal for necessário. Não saiba, inclusive, que, existem polícias que vão ter as suas folgas e até férias cortadas, por causa de mais uma, entre tantas, operações”, adianta.
A associação sindical sublinha que “esta falta de condições de trabalho e de constante sobrecarga horária, tem sido uma prática constante”.
“Talvez se o senhor primeiro-ministro ouvisse mais os sindicatos, percebesse melhor os atropelos aos direitos que todos os dias o seu Governo impõe aos polícias e talvez a arrogância, quando fala dos polícias, fosse mais contida”, criticaram.
A greve com início segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), a que se associou o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
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