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UE e Mercosul fecham histórico acordo após 20 anos de negociações
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A União Europeia e o Mercosul fecharam, esta sexta-feira, um Acordo de Associação Estratégica que criará uma das maiores áreas de comércio livre do mundo.
Depois de 20 anos de negociações, os dois blocos concluíram um acordo sem precedentes na relação entre a Europa e a América Latina, anunciou o Governo argentino, que detém a presidência do Mercosul.
O acordo alcançado em Bruxelas integra um mercado de 780 milhões de habitantes com cerca de 100 mil milhões de euros em comércio bilateral de bens e de serviços.
“O acordo garante os principais objetivos traçados pelos países do Mercosul ao melhorar as condições de acesso de bens e serviços para as nossas exportações ao mesmo tempo que permite um tempo de transição para a abertura comercial de bens e serviços dos europeus”, indica o comunicado do Mercosul. “O acordo transcende os fins meramente comerciais”, destaca.
O primeiro-ministro português, António Costa, congratulou-se com o “histórico” acordo, destacando que “facilita as exportações”, combate “o protecionismo” e promove a “abertura económica”.
“Saúdo o acordo entre a União Europeia e o Mercosul pelo qual Portugal muito se bateu. Cria um mercado de quase 800 milhões de pessoas, facilita as exportações e demonstra que são possíveis acordos que beneficiam todas as partes, combatendo o protecionismo e promovendo a abertura económica”, escreveu António Costa, na rede social Twitter.
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o Acordo de Associação Estratégica entre a União Europeia (UE) e o Mercosul é o “mais importante acordo comercial alguma vez celebrado”, considerando Portugal um dos principais beneficiários.
“É um bom acordo, é o mais significativo e mais importante acordo comercial alguma vez celebrado pela União Europeia, mais importante ainda que o acordo com o Canadá e com o Japão. Se aos 500 milhões de habitantes da UE, juntarmos os habitantes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, temos um mercado de 780 milhões de pessoas, e isso significa que este mercado está mais aberto aos agentes económicos de uma parte e de outra”, disse Augusto Santos Silva em declarações à agência Lusa.
“Portugal é dos países europeus que mais vai beneficiar do acordo comercial no plano económico, e também a nível político e institucional. Ter o Brasil mais próximo da União Europeia só pode beneficiar Portugal”, defendeu.
O presidente da República; Marcelo Rebelo de Sousa, associou-se ao “júbilo da Comissão Europeia e do Governo” pelo histórico acordo de integração entre a União Europeia e o Mercosul, esperando que esta “vitória significativa do multilateralismo” traga “benefícios para as populações”.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse que este momento representa um facto “histórico” porque as negociações duraram mais de 20 anos.
“Histórico! Nossa equipa, liderada pelo Embaixador Ernesto Araújo, acaba de fechar o Acordo Mercosul-UE, que vinha sendo negociado sem sucesso desde 1999. Esse será um dos acordos comerciais mais importantes de todos os tempos e trará benefícios enormes para nossa economia”, escreveu Bolsonaro na rede social Twitter.
Pela transição negociada, o acordo será aplicado de forma gradual para a adequação das economias de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai à concorrência internacional.
Para os países do Mercosul, os prazos de transição nos seus setores mais sensíveis variam de 10 a 15 anos enquanto para a União Europeia os prazos são imediatos.
O acordo foi fechado depois de 48 horas de intensas negociações entre diversos ministros dos países do Mercosul e a Comissão Europeia, reunidos em Bruxelas. Os representantes dos dois blocos mantinham estreitos contactos com os líderes europeus e sul-americanos reunidos na Cimeira do G20 em Osaka, Japão.
Desde 1999, o Mercosul e a União Europeia mantêm um acordo de comércio livre. As negociações foram interrompidas em 2004 e retomadas em 2010, mas ganharam velocidade a partir de 2016, quando o Mercosul começou a sair do seu confinamento comercial e à medida que os Estados Unidos consolidavam uma postura protecionista na relação com o mundo.
Os sul-americanos vendem, principalmente, produtos agropecuários. Já os europeus exportam produtos industriais, como peças para automóveis, automóveis e farmacêuticos.
Os países europeus que mais resistiam a um acordo eram a França, Bélgica, Irlanda e Polónia receosos da concorrência agropecuária do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Pelo lado do Mercosul, Argentina e, sobretudo, Brasil, mantinham resistência quanto a uma abertura industrial dos seus setores mais sensíveis.
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