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Valorização da GameStop em Wall Street pode ″acabar em lágrimas″
O economista e professor universitário Nouriel Roubini considera que a atual alta valorização de títulos como o da GameStop e AMC em Wall Street pode “acabar em lágrimas” para os pequenos investidores.”Essas intervenções são uma forma de manipulação de mercado”, começou por classificar o economista, quando questionado pela Lusa acerca da valorização de várias centenas de pontos percentuais de ações de empresas como a GameStop ou AMC, num movimento de pequenos investidores gerado a partir das redes sociais.Nouriel Roubini, que respondia aos jornalistas numa videoconferência após o ‘warm-up’ da QSP Summit, que decorreu hoje no Porto, disse que “o valor da GameStop – uma cadeia de lojas de videojogos falida – não é merecedora de um crescimento de dez vezes tal como tem acontecido desde o início do ano”.”Parece-me manipulação que eventualmente vai acabar em lágrimas, porque o valor de algumas destas ações que subiram 100%, 200%, 1.000%, são títulos em falência”, disse.O economista considera que “alguns destes jovens ficaram afetados durante a crise financeira mundial, mas são também “millennials” ou licenciados sem trabalho, que foram afetados uma segunda vez por causa da crise da covid”.”Não tenho particular simpatia por eles. Não penso que sejam todos pessoas pobres que são proletárias que estão agora a tentar lutar contra os gananciosos de Wall Street”, referindo também não ter “simpatia pelos ‘hedge-funds'”.O economista classificou os participantes nesta “bolha” como “um conjunto de pessoas gananciosas que querem fazer dinheiro em esquemas rápidos de especulação”, e não “‘millennials’ populistas” ou pessoas da classe trabalhadora.”Ninguém fica rico por causa de especulação financeira. São precisos empregos”, trabalhar e poupar “de forma a criar riqueza”, referiu, considerando que “muitos jovens acreditam que se podem tornar ricos rapidamente”.Como tal, para contrariar este fenómeno de “jovens que não têm trabalho nem rendimento”, é necessário providenciar “empregos, rendimentos, futuro, educação, competências, formação, para que possam ser bem sucedidos”.”O fenómeno do ‘precariado’ é muito severo nos Estados Unidos, onde as pessoas são despedidas e depois recontratadas” com contratos mais precários.Nouriel Roubini considera que “tem de haver uma mudança, porque o capital tornou-se demasiado forte e o trabalho demasiado fraco”, o que leva a “instabilidade social e económica”.
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